Os profissionais do turismo que ‘já têm uma experiência de cuidado pessoal, de relacionamento pessoal’ (palavras do nosso primeiro ministro) poderão ser ótimos profissionais do setor social (palavras minhas e já agora irónicas). Também poderão ser bons profissionais da indústria do calçado porque estes cuidam dos nossos pés e, em princípio, relacionam-se com outras pessoas. Em bom rigor, poderão ser quase tudo – excetuando faroleiros, que são solitários, ou dealers, que só cuidam de si próprios.
Logo, é fazer as contas e converter toda a gente que andámos a convencer que o turismo era uma profissão de futuro, esquecer o investimento em formação e qualificação profissional, assobiar para o lado quando se fala em captar talentos para o setor e ignorar o aumento exponencial de vagas nas escolas de turismo. Malta, a tendência agora é IPSS. Os velhinhos são os novos turistas.
Marta Romão, diretora-geral BDC - Empower to Lead